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    Caminhoneiras: o potencial delas na carreira

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      No Brasil, o transporte de carga é uma atividade ocupada muito mais pelos homens. Devido a diversos fatores, como a vida nas estradas e o cuidado com a família, muitas mulheres jamais consideraram se tornar caminhoneiras. 

      Porém, essa profissão pode oferecer muitas oportunidades, já que existe uma demanda por motoristas. 

      Neste post, entenda como está o mercado e como isso é bom para as mulheres caminhoneiras. Veja também o que saber antes de entrar nessa carreira e se ela vale a pena. Boa leitura! 

      Caminhoneiras: quais as oportunidades de carreira? 

      Para começar, é preciso entender que o cenário de trabalho do caminhoneiro está em mudança e é um pouco contraditório. 

      Segundo reportagem da Câmara dos Deputados, uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos, feita com 1.006 profissionais em 2024, revelou um perfil preocupante. 

      99% dos profissionais são homens, com idade média de 46 anos e 17 anos de profissão. Com trabalho de cerca de 12 horas por dia, 50% não se sentem seguros nas estradas e 54% pensam em sair. 

      Dentre as razões para esse cenário, o tempo longe de casa, a falta de apoio nas estradas, os altos custos para quem é autônomo, resultando em baixos ganhos, faz com que o país se encontre em um problema de déficit já que a profissão não atrai mais pessoas jovens. 

      Com isso, segundo o Estadão, existe um déficit de 1,5 milhão de motoristas, habilitados nas categorias C, D e E. Assim, mudanças começam a ser tomadas, como a proposta de um cadastro específico, a partir do Cadastro Único, que ajude as transportadoras a contratarem profissionais. 

      Além disso, a reportagem também fala que os motoristas terão direito a benefícios, como FGTS e plano de saúde. 

      Já pelo lado das empresas, muitas delas têm criado incentivos para profissionalizar ainda mais quem trabalha para elas. Um exemplo é o caso da JSL, que usou um simulador da Younder, na cidade de Ribas do Rio Pardo. 

      O objetivo foi treinar motoristas de bitrem, que atuam com transporte de carga florestal, a fim de garantir uma direção mais segura e prevenir tombamentos, comuns a esse tipo de carga. 

      E as mulheres? 

      Apesar de todos os desafios, inclusive a crença na falsa ideia de que mulheres dirigem mal, o Brasil tem tido mais caminhoneiras. Em 2022, segundo o portal Revista Caminhoneiro, dados da Secretaria Nacional de Trânsito apontavam que, de 4,39 milhões de pessoas habilitadas para dirigir veículos pesados, 2,81% são mulheres. Já outra reportagem da Agência Brasil, de 2024, mostrou que as mulheres já correspondem a 0,5% do total de caminhoneiros. Assim, considerando o déficit da profissão e o interesse das empresas, é possível afirmar que existem muitas oportunidades para elas. 

      O que saber antes de ser caminhoneira? 

      Antes de seguir a carreira como caminhoneira, é importante saber sobre os desafios da profissão. Veja alguns deles a seguir! 

      Pouco apoio 

      Assim como com os homens, as caminhoneiras enfrentam desafios diários nas estradas em relação a paradas seguras para dormir e lugares para se alimentar ou ir ao banheiro. 

      No caso das mulheres, este último pode até ser mais difícil. Assim, a rotina vai exigir um grande conhecimento dos locais por onde você deve passar, a fim de encontrar as melhores opções. Além disso, ter flexibilidade será essencial, já que muitas vezes será preciso se adaptar às situações. 

      Altos riscos 

      A vida na estrada é conhecida por alguns riscos, o próprio trânsito é um deles. Além disso, a ação de quadrilhas que assaltam caminhoneiros e as rotinas exaustivas colaboram para tornar a profissão difícil. 

      Para as mulheres, infelizmente não é possível ignorar os riscos de assédio moral ou sexual, bem como piadas e falta de respeito. Aliás, no trânsito, segundo pesquisa do Departamento Estadual de Trânsito de Goiás, de 2024, 63,1% das mulheres disseram já ter sido vítimas de algum tipo de violência no trânsito; incluindo uso excessivo de buzina, humilhação e discriminação. 

      Assim, para lidar com estes riscos, além de paciência, o planejamento da rotina será essencial. Também vale a pena escolher uma melhor forma de trabalho. Por exemplo: ao ser contratada por uma empresa, além de mais apoio, a caminhoneira pode ter mais segurança e ganhos melhores do que se fosse autônoma. 

      Por fim, ter um bom círculo de apoio tanto de amigas quanto de amigos caminhoneiros pode ajudar a não enfrentar os riscos da estrada sozinha. 

      Dificuldade de equilíbrio 

      Uma grande dificuldade que toda pessoa que trabalha com transporte tem é ficar longe da família. 

      Nesse caso, especialmente para as caminhoneiras mães, isso pode ser um grande desafio. Assim, é um fator que deve ser analisado antes de escolher a profissão ou um cargo que demande mais tempo. 

      Vale a pena ser caminhoneira? 

      Os desafios para as caminhoneiras são grandes, mas a profissão pode valer a pena. Afinal, além de a carreira estar em mudança, com a maior valorização profissional, as oportunidades de trabalho podem ser muito boas devido a esse déficit. Assim, é possível ganhar melhor em comparação com outras profissões. 

      Também vale a pena apontar que ser caminhoneira é uma profissão que leva à independência financeira. Ou seja, com caminhão próprio ou não, é um meio de a mulher conseguir a própria renda, o que pode ajudá-la a melhorar a própria vida e a da família, se for o caso. 

      Nesse aspecto, outra vantagem é não depender de apenas uma renda, de outra pessoa, para viver, ou ter que pedir dinheiro a ela para cumprir suas próprias necessidades ou objetivos. 

       Mulheres que inspiram caminhoneiras 

      Para quem se interessa pela carreira, vale a pena conhecer histórias de outras caminhoneiras que podem inspirar a sua. Uma delas é da Tia Neiva, que é considerada a primeira caminhoneira, começando na década de 1950. 

      Outra é a de Milena Camargo, que é mãe, trabalha como autônoma e conta com o apoio da família para conciliar as atividades do dia a dia, sem deixar o trabalho de lado. 

      As caminhoneiras no Brasil ainda são minoria. Porém, o cenário tem mudado. Com mais oportunidades na profissão, além de novas medidas de apoio e o déficit de interessados, existem vários caminhos que a mulher pode seguir. No entanto, antes de entrar nessa carreira é preciso conhecer os riscos e se planejar. Dessa forma, além de escolher a melhor rotina e forma de trabalho, é possível se preparar para aproveitar o melhor da profissão. 

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      Escrito por Equipe Procondutor

      A Procondutor é especialista em educação digital para o trânsito e produz conteúdo para formação, capacitação, reciclagem e aprimoramento de motoristas.

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